Ultimamente nem a mais numerosa multidão me faz companhia, nem mesmo mil vozes quebram o silencio que construí. E não pense que acho isso ruim, as vezes é prazeroso estar só.
É como sentir um tipo de liberdade que não se menciona, não se compara com nenhum outro sentimento. Aquele prazer de pensar em tudo que se quer, do jeito que se quer, sem repressão. Imaginar todas as coisas que posso num único momento (meu momento).
É nessa hora que me entendo comigo mesma, conversamos por um tempo infinito até chegarmos no consenso de que não chegamos a lugar algum. Não acho que seja egoísmo gostar de passar um tempo isolado (porque também somos tão felizes ao lado dos que amamos), mas essa experiência é essencial pra um auto conhecimento.
Como é fora de propósito alguém não se interessar por si mesmo (e não digo olhar para o próprio umbigo, digo olhar pra dentro de si) corrigir as falhas e exibir as qualidades. Muita gente diz "Difícil ser como eu" quando nem mesmo ela sabe quem realmente é.
DESCUBRA-SE!
E então quando realmente mergulhado em si mesmo... alguém vem e te tira da solidão.
Quando isso te leva para momentos felizes e inesquecíveis é tudo muito perfeito. Mas se me tiram do meu refugio pra me inserir no desagrado nada me contem, é como se pudesse literalmente explodir. Como se todo meu esforço tivesse sido jogado no esgoto.
Só quero poder ter o meu tempo comigo, e sair dele pra encarar os problemas inevitáveis (que todo mundo tem), leve, livre do que me confundi e me retém. Só peço que não me arranquem do meu lugar, apenas chamem pra que eu possa voltar com a mente limpa pra pensar.
Larissa de Sousa Leite
Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia. (Friedrich Nietzsche)